25 anos de tombamento do Pacaembu
25 anos atrás eu já não morava no pedaço, então não comemorei o tombamento do Pacaembu com uma coisa boa para mim, mas fiquei contente porque era uma coisa boa para a cidade.
São Paulo é permanentemente ameaçada pela corrida imobiliária. Nada que não seja legítimo. Afinal, a cidade cresce num ritmo alucinante, como se quisesse se vingar de quase 400 anos de estagnação.
Há quem diga que é medo de voltar à situação anterior, o que é impossível, em função da realidade adquirida nos últimos 150 anos, mas que ainda assombra a alma da cidade.
São Paulo tem áreas deslumbrantes, onde o verde é farto e melhora a condição de vida da metrópole. São espaços que deveriam ser preservados a qualquer custo, mas que são invariavelmente ameaçados, como acaba de acontecer com boa parte deles, em função de um Plano Diretor apresentado por uma administração que não gosta da cidade e que não tem representatividade para isso, porque tem perto de 10% de aprovação e mais de 70% de rejeição.
Coisas de um Brasil completamente destroçado pelas políticas a favor e contra das últimas décadas. Se Deus quiser, vamos dar um jeito de colocar ordem na casa, mas até lá é preciso ficar vigilante.
Não é porque disseram que não vão fazer que não farão. Fazem do dia para a noite, aproveitando todas as chances, desde a corrupção, até visões ideológicas completamente sem sentido.
Nessa briga, a população é invariavelmente enganada. Quando imagina que está tudo bem, não está. É olhar os desmandos feitos em volta do Estádio para não se ter dúvidas quanto a isso.
O preço de 25 anos de preservação do Pacaembu é a permanente vigilância. Grite se se sentir ameaçado e vote bem nas próximas eleições.
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