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Crônicas & Artigos

em 19/05/23

Vamos aumentar a capilaridade

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

Conversando com o conhecido segurador Nilton Molina, nós concordamos que o Brasil tem aproximadamente cinquenta milhões de pessoas com capacidade para contratar seguros. É aproximadamente um quarto da população nacional, o que poderia levar à interpretação incorreta de que não é muita gente. Mas é. Cinquenta milhões de pessoas é a população da Inglaterra, é mais do que a população da Espanha ou quatro vezes mais do que a população portuguesa. E esse universo de pessoas está aí, a maioria sem seguro ou mal segurada.

Esta é a notícia boa. O Brasil tem um enorme potencial de crescimento para os produtos oferecidos pelo setor de seguros. Não foi por outra razão que, capitaneado pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), o mercado acaba de lançar o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros.

O plano é ambicioso e pretende apresentar um outro cenário no começo da década de 2030. E ele é factível. Com a atual falta de penetração dos produtos do setor nas mais variadas camadas da sociedade, adotando as medidas corretas, alcançar o patamar proposto pelo Plano não é impossível. É complexo e exige uma imensa capacidade de mudança de postura diante da realidade nacional, mas ele pode se tornar realidade.

Para isso é indispensável que o seguro, as seguradoras, os corretores de seguros e os produtos do setor sejam melhor conhecidos pelos brasileiros. Atualmente, só uma camada reduzida da população sabe com um pouco mais de profundidade o que é e para que serve o seguro.

Investindo em comunicação objetiva, descomplicação dos produtos, desde a venda até o pagamento da indenização, simplificação da linguagem e ações de marketing junto a todas as camadas sociais, independentemente de poderem ou não contratar seguros, a atividade tem tudo para rapidamente dobrar de tamanho, com um dado importantíssimo: o total das indenizações a serem pagas será muito mais expressivo do que é atualmente. E hoje nós falamos de mais de trezentos bilhões de reais pagos anualmente através de indenizações, resgates, pecúlios e outras formas de remuneração adotadas pelas empresas do setor.

Não adianta tentar alcançar toda a sociedade. Mais de cem milhões de brasileiros estão próximos da linha de pobreza, recebendo até um salário mínimo por mês. Essas pessoas com certeza estão fora do foco de médio prazo do mercado. Mas se os cinquenta milhões de brasileiros que podem contratar seguros forem sensibilizados pelas vantagens que o setor oferece e pelos benefícios que a garantia da reposição do patrimônio e da capacidade de atuação geram, com certeza o mercado segurador terá um desenvolvimento rápido e constante ao longo dos próximos anos. É claro que seguradoras, resseguradoras e corretores de seguros se beneficiarão desse desempenho, mas, mais do que eles, quem vai ganhar de verdade é a sociedade brasileira. Protegida por apólices modernas, os prejuízos apavorantes que atualmente cobram um preço caríssimo serão minimizados para patamares suportáveis, melhorando o desempenho de toda a economia e a qualidade de vida da população.

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