Seguro para Pet
Originalmente publicado no jornal O Estado de S.Paulo.
por Antonio Penteado Mendonça
Quem acha que filho custa caro não tem animal de estimação. Eu não discuto, filho custa caro. Escola, dentista, médico, psicólogo, roupas, diversão, celular etc. abalam as economias dos pais. Não é fácil ser da classe média brasileira e ter mais de dois filhos. Os gastos mensais chegam fácil nos cinco dígitos e isso dói no bolso da família.
É verdade, as despesas, diante de filhos preparados, saudáveis e felizes, prontos para enfrentar a vida, somem sem deixar saudade. É o melhor investimento que os pais podem fazer.
Mas se os filhos humanos não têm preço, os filhos não humanos, os pets, podem custar quase tão caro quanto eles. A mudança é relativamente recente, mas vem se acelerando rapidamente. Trinta anos atrás, um cachorro era um cachorro e, por mais que fosse amado, era tratado como um animal. Animal de estimação, mas um animal – o que quer dizer que suas necessidades de saúde e bem-estar eram relativamente simples, principalmente se comparadas com o que vemos hoje.
Atualmente, os animais de estimação não são mais animais, são membros da família. Tanto que não têm mais donos, mas tutores, o que faz uma enorme diferença, não apenas psicológica, mas física. Mais um pouco e terá gente esperando que os animais falem, o que é pouco provável, dada sua constituição física. Mas isso não é impedimento para que se comuniquem, às vezes com mais clareza do que certos humanos.
O resultado dessa mudança de status dos animais de estimação, os pets, fez que surgisse um mercado focado neles que movimenta bilhões de reais por ano. É ver o tamanho das lojas especializadas para não se ter dúvida de que o setor é rico e rentável e que, bem trabalhado, é uma mina de ouro.
Os acessórios de todos os tipos – roupas, camas, casinhas – ficam cada dia mais sofisticadas e, logicamente, mais caros. E a mesma verdade vale para os custos com a saúde do pet. Se antes tínhamos o veterinário e ele dava conta de todas as necessidades do seu paciente, atualmente é muito mais sofisticado. A especialização que vemos na medicina humana chegou na medicina veterinária. Do veterinário clássico a clínicas cirúrgicas, odontológicas e psicológicas, os pets têm um enorme universo de atendimentos focados na sua saúde, bem-estar e felicidade. Por exemplo, eu conheço um caso em que o cachorro de estimação tomava “Prozac”, para não falar em cirurgias altamente sofisticadas, com pinos e placas nas pernas dos animais. E isso custa muito caro!
As seguradoras analisaram a demanda, se adequaram ao cenário e atualmente existem vários seguros desenhados para os pets. São produtos semelhantes aos planos de saúde privados e, como eles, podem ser mais ou menos sofisticados, o que evidentemente se reflete no preço. Mas como uma cirurgia pode custar mais de dez mil reais e os exames não são muito mais baratos do que os nossos, um seguro dessa natureza pode ser a solução para garantir a saúde do seu animal de estimação sem desequilibrar o seu bolso.
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