O sucesso de um congresso
Originalmente publicado no jornal O Estado de S.Paulo.
por Antonio Penteado Mendonça
O 21° Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, acontecido na Bahia, entre 10 e 12 de outubro, foi um sucesso. Sucesso de público e sucesso pelos temas e objetividade de cada painel.
Os temas foram os que colocam o Brasil na situação que se encontra. Mas o foco não foi só o agora. As discussões giraram, principalmente, sobre o que vai acontecer no futuro. É verdade, esta discussão poderia envolver futurologia, achismos, jogo para plateia, etc. Todavia, o que se viu nos três dias de congresso não foi isso.
A começar pelo painel de abertura, o tom foi de objetividade, ressaltando o amadurecimento do setor de seguros e do corretor em particular. Amadurecimento que, nas palavras da Superintendente da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), Dra. Solange Vieira, levou a autarquia a decidir pela transferência da fiscalização e regulamentação da corretagem de seguros, devendo essas atividades serem realizadas por um órgão de autogestão específico, nos moldes do que acontece em outros setores econômicos, como o CONAR, que regulamenta a publicidade no país.
Sob a supervisão da SUSEP, a corretagem de seguros divide espaço com os seguros, os planos de previdência complementar aberta e os títulos de capitalização. A partir de sua transferência para um sistema de autogestão, os corretores não estarão mais dividindo espaço com gente maior do que eles.
Antiga aspiração da categoria, a autogestão tem tudo para ser mais eficiente na regulamentação da atividade. Afinal, ela é específica, focada apenas na corretagem de seguros e nas regras aplicáveis a ela.
Além da Superintendente da SUSEP, o Secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, foi muito feliz em suas duas falas, fazendo um amplo desenho do Brasil, de seus pontos fortes e fracos e das escolhas do Governo para a retomada do crescimento.
Com precisão e capacidade de síntese, o Presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), Márcio Coriolano, dando uma visão geral da realidade das seguradoras, abordou pontos que precisam ser atacados e nós que precisam ser desatados para que o setor de seguros possa crescer de forma rápida e sustentável, dentro de parâmetros capazes de dobrar seu tamanho nos próximos cinco anos.
Sempre com o auditório lotado, os diferentes painéis do Congresso abordaram a relação futura entre seguradores e corretores de seguros, o futuro dos planos de saúde privados, as novas tecnologias, as Insurtechs e a concorrência desleal e ilegal promovida pelas chamadas associações de proteção veicular, que, sem capital mínimo e reservas técnicas para garantir os riscos assumidos, sem pagar impostos, sem regulamentação, sem respeito às normas de proteção dos consumidores e à margem da lei, “vendem um produto parecido com seguro”, mas que não é seguro e que, invariavelmente, deixa os consumidores na mão, na hora em que imaginam que terão a proteção contratada.
Com certeza, o Presidente da FENACOR (Federação Nacional dos Corretores de Seguros), Armando Vergílio, tem todos os motivos para estar com os preços pagos. O evento reuniu o maior público de todos os congressos brasileiros de corretores de seguros. Os temas escolhidos foram os que precisavam ser discutidos, os mais relevantes para o setor e para o corretor de seguros, especificamente. Os palestrantes e debatedores expuseram seus pontos de vista com profissionalismo e clareza, fazendo todos os painéis serem interessantes para a plateia. E o público, composto em sua imensa maioria pelos corretores de seguros das mais variadas regiões do país, prestigiou e deu vida ao Congresso, comparecendo em massa em todos os momentos.
Finalmente, vale uma menção especial ao desempenho do Deputado Federal Lucas Vergílio, único representante do setor de seguros na Câmara dos Deputados. Em seu segundo mandato, sua atuação como porta-voz do setor tem crescido consistentemente, dando aos que militam com seguros a certeza de que, hoje, são ouvidos no Congresso Nacional.
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