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Crônicas & Artigos

em 09/02/24

No carnaval os riscos aumentam

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

O carnaval é uma época de trabalho intenso para as seguradoras. É comum, nos meses de férias e nos feriados compridos, aumentar o número de acidentes de todos os tipos, especialmente os de trânsito, pelo aumento do número de veículos que tomam as rodovias e pelo aumento do número de maus motoristas que dirigem parte desses veículos.

O carnaval faz parte dessa série, só que com uma agravante. No carnaval, as pessoas se permitem cometer mais excessos e isso tem um impacto importante no número de acidentes. O aumento do consumo de álcool e drogas nos quatro dias, ou melhor, atualmente, nas semanas anteriores e posteriores aos dias regulares do carnaval, é um prato cheio para imprudências e até ações criminosas, que acabam fazendo vítimas, em eventos das mais variadas naturezas.
Álcool e drogas liberam todos os freios e as imprudências acabam em acidentes que atingem, invariavelmente, pessoas que não tem nada com isso, que estavam no lugar errado, na hora errada e por isso pagam o preço da irresponsabilidade dos outros. Preço que pode ser caro, inclusive a própria vida.

Mas não são apenas as ações sob os efeitos do consumo de álcool e drogas que aumentam os acidentes. Ações absolutamente comuns, mas praticadas de forma irresponsável, também cobram sua cota de vítimas. É comum pessoas sem qualquer familiaridade com esportes ou diversões mais arriscadas se proporem a praticá-las, muitas vezes com resultados desastrosos.

Em princípio, andar de “banana”, puxado por uma lancha, não teria maiores riscos, mas, se um dos passageiros da “banana” cai e não sabe nadar, ele pode se afogar antes que consigam tirá-lo da água. Da mesma forma, se alguém, sem prática, decide escalar uma costeira, um paredão de pedra na beira do mar, as chances de escorregar e se ferir são altas. E esses acidentes acontecem, como dezenas de outros, dos cômicos aos inusitados, com resultados que podem ser bem graves.

O movimento das estradas aumenta e, como a maioria das estradas brasileiras está em condições no mínimo precárias, aumentam também as chances de acidentes, dando uma força a mais para os maus motoristas e os carros sem manutenção.
Além disso, nos dias de carnaval as temperaturas costumam chegar em patamares altos, com impacto direto na qualidade dos camarões, iscas de peixe, ostras, mexilhões e outras guloseimas que são vendidas à beira mar, nem sempre dentro das melhores condições de higiene.

Diante deste quadro, não tem como as seguradoras não terem mais trabalho do que nos dias normais. Seus supervisores, gerentes, técnicos, atendentes, operadores de zero oitocentos, além de guinchos, oficinas, pronto socorros, hospitais etc. não têm descanso, inclusive porque a boa prestação de serviços faz toda a diferença e a propaganda da companhia.

Graças a Deus, a maioria da população não se atira de cabeça nessas aventuras e se comporta de forma racional, sem aumentar a exposição a riscos ou fazer o que não sabe, convencido que é o melhor do mundo. Se não fosse assim, não haveria seguradora capaz de fazer frente às indenizações decorrentes do carnaval.

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