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Crônicas & Artigos

em 06/12/24

E agora José?

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

A economia brasileira dá claros sinais de superaquecimento, o que coloca pressão sobre o Banco Central. Até aqui, nada de novo. Os economistas batem nessa tecla faz tempo. A pergunta que não quer calar é: e aí, o que a gente faz? De verdade, o grosso da missão está nas mãos das autoridades. E como parece que o Executivo não está disposto e fazer o que precisa ser feito para conter a sangria antes que a economia desande, cabe ao Congresso Nacional tomar as medidas necessárias. Mas será que este Congresso tem vontade de fazer isso ou prefere seguir emparedando o Governo e chantageando o Presidente a cada passo, certo ou errado?
Sem o Governo tomar as decisões, sejam elas quais forem, fica difícil para a iniciativa privada se preparar para o ano que vem. Se as decisões forem no sentido de colocar ordem na casa, o país pode ter um futuro glorioso. O Brasil atravessa um momento interessante, com fortes investimentos sendo feitos nas mais variadas áreas e atraindo a atenção internacional, indispensável para oferecer os recursos que precisamos. Se as ações do Governo forem no sentido de privilegiar a nação e não a politicagem, estes investimentos podem crescer, transformando o país num grande polo gerador de renda, empregos e progresso social. Se formos pelo caminho contrário, o “Dilma 3” estará logo à frente, esperando para dar o bote e nos jogar outra vez numa recessão, com inflação alta e o mais que vem no pacote.
2024 foi um bom ano para a economia brasileira. O PIB cresceu acima das expectativas, a inflação está dentro da meta e o desemprego no menor patamar de muitos anos. A iniciativa privada se beneficiou do quadro e as empresas estão trabalhando a todo vapor, tendo inclusive dificuldade para contratar mão de obra qualificada para preencher seus quadros.
Entre os setores que mais cresceram, os campeões são finanças e seguros, com perto de 9% na comparação com 2023. Houve um salto importante na oferta de produtos adequados aos anseios da sociedade e a resposta foi rápida.
Por outro lado, se houve o aumento do faturamento, não se pode dizer que houve o aumento significativo do número de segurados. Este é o grande nó a ser desatado. Como aumentar o número de seguros comercializados no país, alcançando novos segurados?
Uma das explicações para essa dificuldade é a baixa renda do brasileiro. Grande parte da população não tem os recursos para pagar suas contas e contratar seguros. Com a economia crescendo, esta situação muda. Uma parcela dessa população terá aumento real da renda e terá condições de comprar os produtos de proteção oferecidos pelas seguradoras. É aí que as próximas ações do Governo se tornam fundamentais para o desenho dar certo. Se não der, não vamos apenas seguir na toada atual. Não, as consequências serão muito mais sérias porque, além de interromper um processo de ganha-ganha, teremos a elevação da inflação e a queda do poder de compra da sociedade. Ou seja, o setor de seguros terá dificuldades para manter o desempenho dos últimos anos. Isso posto, vamos fazer a pressão necessária para o país não sair dos trilhos.

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