700 artigos
Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça
É impressionante como o tempo passa. Parece que foi ontem que comecei minha colaboração com o SindsegSP (Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo), como articulista de suas publicações e, no entanto, este artigo tem o número 700. Escrever 700 artigos é bastante, em qualquer situação. O quadro fica mais bonito quando os 700 artigos trataram de um único setor, o que mostra a riqueza e a pujança da atividade seguradora nacional.
Dividido por 52 semanas por ano, o resultado dá número quebrado. São 13 anos e meio escrevendo semanalmente sobre os diferentes aspectos do setor, desde o campo conceitual e acadêmico até o dia a dia da atividade, apresentando, analisando e discutindo problemas, dilemas, soluções, dificuldades e recompensas que fazem parte da sua rotina.
Isso mesmo, recompensas. Trabalhar com seguros é altamente gratificante porque o resultado traz sempre uma recompensa, uma satisfação ou o reconhecimento de quem fez, porque fez e o que fez.
Poucas atividades são tão nobres quanto o seguro. Na sua essência estão alguns dos mais importantes corolários da vida em sociedade, a começar pela sua função precípua, a proteção da sociedade.
O seguro é a ferramenta mais eficiente de proteção da sociedade desenvolvida pelo homem. Muito mais eficiente do que as guerras, os atos de força ou outras medidas de prevenção de riscos, o seguro é também um ato de amor ao próximo.
Seguro implica em solidariedade, em união de forças, em ação conjunta, em repartir as perdas e preservar a integridade do grupo através dos esforços conjuntos de todos na defesa do indivíduo.
Nada pode ser mais emblemático do que o ato de dividir os prejuízos de uma pessoa, decorrentes da ocorrência de eventos aleatórios, entre dezenas de milhares de outras pessoas desconhecidas, que não sofreram qualquer prejuízo.
Mas se conceitualmente o seguro é a soma das melhores qualidades humanas, na prática, ele é ainda mais belo, porque envolve a utilização de cláusulas jurídicas sofisticadas e tabelas matemáticas altamente complexas para determinar o preço médio de um determinado tipo de seguro. E ir além, para, com base em informações dadas com a mais estrita boa-fé, descer aos detalhes de cada apólice, delimitando a abrangência e o preço de cada seguro, em função das tipicidades de cada segurado.
Escrever levando em conta estas premissas é muito prazeroso. Mas há os casos em que o artigo vai além e analisa a aplicação delas aos casos concretos. Aí é mais prazeroso ainda. Ver pessoas que poderiam ter sua qualidade de vida, seu patrimônio e sua dignidade ameaçados por eventos invariavelmente fora de seu controle serem ressarcidas pela indenização paga por uma seguradora é muito bom.
E isso vale para os seguros de vida, nos quais a falta do arrimo da família é minimizada por uma quantia em dinheiro suficiente para fazer frente pelo menos aos primeiros tempos após a morte do segurado.
Vale para o cidadão que, enfrentando dificuldades, compra seu veículo e o perde, destruído em um acidente ou roubado. A indenização paga pelo seguro minimiza a perda patrimonial e permite que a pessoa recomponha seu patrimônio.
E o que dizer da indenização paga pelos danos sofridos por uma empresa atingida por um incêndio? Não só a empresa pode ser reconstruída, como os empregos são mantidos e a produção retomada, permitindo que várias outras pessoas, além dos acionistas, tenham direta ou indiretamente sua condição de vida preservada.
É isso que eu tenho feito ao longo dos 700 artigos escritos para o Sindseg/SP.
Tenho procurado explicar o que é, para que serve e como deve ser contratado um seguro. Nesta longa jornada, tenho escrito sobre seguradoras e corretores de seguros, buscando mostrar a importância de cada um deles no longo processo, iniciado com o envio de uma proposta de seguro para uma seguradora, até seu final, com a extinção da apólice, pelo pagamento do sinistro coberto ou pelo fim da vigência.
Sei que meu público é variado e passa por seguradores, securitários, corretores de seguros e profissionais vinculados ao setor. Mas passa também pelo personagem fundamental desta complexa rede de relacionamentos. O segurado, sem o qual a atividade não existiria. Cada vez mais é indispensável que o segurado saiba o que é seguro. Por isso me comprometo a continuar escrevendo da maneira mais didática e menos monótona possível. É minha pequena contribuição para o seguro se torne conhecido.
Voltar à listagem