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Crônicas & Artigos

em 21/01/22

2021 foi um ano caro e 2022 também será

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

2021 foi um ano caro para o mundo. As perdas decorrentes de eventos das mais variadas naturezas atingiram centenas de bilhões de dólares, com apenas uma parte segurada. Ou seja, o grosso dos sinistros será suportado pelas próprias vítimas, já que não receberão qualquer indenização de seguro, ficando dependentes da boa vontade dos respectivos governos, que, como se sabe, inclusive nos países ricos, costumam falar muito na hora do acidente, mas são mesquinhos na hora de pagar a fatura.

Entre os eventos mais caros, a pandemia da covid19 custou para as seguradoras quarenta e quatro bilhões de dólares, o que a coloca entre as indenizações mais caras da história.

Mas se as seguradoras pagaram esse valor, o custo total da pandemia é bem mais elevado e a maior parte dele não será ressarcida porque não há seguro. As nações morrerão com valores muito mais altos do que os quarenta e quatro bilhões de dólares suportados pelas seguradoras e, como não serão ressarcidas, quem vai morrer com a conta é a população que paga os impostos de onde os governos retiram os recursos para custear suas despesas.

Mas se as seguradoras enfrentam valores altíssimos, indenizando os danos cobertos decorrentes da covid19, existem outras áreas onde as indenizações atingem patamares ainda mais expressivos. É o caso dos riscos cibernéticos. As seguradoras sabem que os sinistros cobertos já são e serão mais elevados que os da covid19.

Quando se fala em riscos cibernéticos os seguros vão além dos ataques de hackers. Os acidentes de origem interna e externa que ameaçam as empresas têm potencial de dano maior do que os atos dolosos e eles também estão cobertos pelo seguro.

As perdas estimadas com os riscos cibernéticos ultrapassam a casa do trilhão de dólares e isso faz com que as seguradoras se preocupem sobremaneira com os desafios à frente. Afinal, essa ordem de grandeza, ainda que – mais uma vez – a maior parte dos prejuízos não esteja segurada, gera indenizações elevadíssimas nas apólices já emitidas e a serem emitidas.

O terceiro grande grupo de riscos são os eventos de origem climática. Não há como questionar, o aumento da quantidade e da violência dos eventos está clara. Não necessita estatísticas complexas para mostrar que já estão acontecendo e que a tendência é acontecerem cada vez com mais regularidade.

Em 2021, duzentos e oitenta bilhões de dólares em patrimônios foram destruídos pelos eventos de origem climática que se abateram sobre o mundo. As seguradoras compareceram com mais de cento e vinte bilhões de dólares em indenizações, a maior parte em função de sinistros acontecidos no Estados Unidos. Mas Alemanha e China também tiveram eventos de vulto onerando a conta. Já os países em desenvolvimento ficaram com a diferença.

Como a pandemia está longe do fim, os riscos cibernéticos estão aí, diariamente, e as mudanças climáticas seguem acontecendo em ritmo acelerado, 2022 deve custar ainda mais caro e o grosso da conta ficará com o povo.

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