Energia elétrica ou a falta dela

O Brasil é um país curioso. Uma ação que não deveria ir além de colocar na cadeia meia dúzia de corruptos quase quebra um dos negócios em que o país tem alto grau de eficiência reconhecida internacionalmente.

A desproporção entre o aparato e o objetivo na operação Carne Fraca mostrou pelo menos um enorme erro de avaliação do que estava em jogo, no começo, no meio e no fim.

De outro lado, um dos maiores escândalos do Brasil continua navegando em mar de almirante, como se não tivesse nada errado com ele.

Você já parou para pensar quantos dias por ano acaba a energia elétrica da sua casa?

Não é caso de apontar culpados, nem de discutir como o inferno começou a ganhar forma nessa terra que teria tudo para ser abençoada, mas que paga castigos que Dante nunca vislumbrou, nem nos seus piores pesadelos.

O setor é complexo e sofre acusações de corrupção. A geração de energia é onde vamos melhor, mas, mesmo assim, quantas usinas estão sucateadas, ou com as obras atrasadas, ou com outros tipos de problemas?

Na transmissão o quadro é muito mais complicado. Tem coisa errada em todas as partes. Empresa inidôneas, dinheiro mal aplicado, obras mal- feitas ou sequer realizadas, etc.

E na distribuição, quantas distribuidoras você conhece que entregam com um mínimo de confiança a energia que elas deveriam entregar?

O quadro fica mais complicado ainda quando você descobre que pagou a mais porque cobraram uma tarifa que não era devida em nome de que seria devida para a construção da Usina Nuclear de Angra 3.

É lamentável, mas ninguém faz nada, como se o cenário fosse de festa e tudo corresse bem. Pena que a realidade seja bem diferente.