Recuperação do Largo do Arouche
Invariavelmente, o tema volta à tona nas reuniões de quinta-feira na Academia Paulista de Letras. O que fazer para recuperar o Largo do Arouche?
Nem poderia ser diferente, afinal, a sede da Academia fica no Largo e os acadêmicos passam por lá a caminho da nossa reunião semanal.
O Largo do Arouche poderia ser dos lugares mais bonitos e simpáticos da cidade. Se houvesse uma política de preservação urbana, o que em São Paulo é menos do que sonho, ele e a Avenida Vieira de Carvalho, até a Praça da República, não ficariam devendo nada aos lugares mais encantadores de qualquer cidade do mundo.
Com tudo para ser cartão postal, o Largo do Arouche hoje está sujo, maltratado, degradado e mal aproveitado. Nem as bancas de flores, que são marca registrada do pedaço, resistem a uma análise mais densa. As antigas bancas foram substituídas por uma estrutura pesada, quem sabe mais apropriada e resistente, mas, com certeza, menos charmosa do que as antigas bancas que fizeram parte do charme da praça.
O Jardim dos Escritores, localizado em frente ao prédio da Academia, perdeu a maioria dos bustos que lembravam grandes nomes da cultura paulista. É triste ver os pedestais sem as estátuas em cima.
A última heroína que se mantém firme no pedaço é a estátua da mulher nua depois do banho, do grande Victor Brecheret. Mas há quem diga que ela não ficará lá muito tempo. Que já estaria com a fuga combinada com o Ricardão, o antigo boneco da CET, que era mais eficiente do que os marronzinhos e que hoje parece que é líder comunitário na Serra da Cantareira.
O tema da recuperação voltou à baila, numa parceria das empresas francesas com a Prefeitura. Esperamos que desta vez a coisa ande.
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