Solidariedade de classe
Justiça bloqueou o disparate, mas é incrível, no apagar das luzes, no final do mandato de vários deles, os vereadores paulistanos se deram um aumento indecente. Com milhões de pessoas desempregadas, suas hipotéticas excelências, ou quase bandidos, aumentaram os vencimentos em patamares muito acima do maior aumento dado pela iniciativa privada brasileira.
O interessante, ou a falta de vergonha na cara, é que boa parte dos que votaram a favor do aumento não se reelegeram, quer dizer, não serão contemplados com a boquinha extra que vai nas suas contas correntes.
Tanto faz, é a conhecida solidariedade no crime. Hoje eu estou protegendo suas costas, amanhã você protege as minhas. Cada um joga na posição que pode, o importante é embolsar a grana.
Faz muitos anos, um vereador meu amigo me telefonou dizendo que eu seria homenageado com a Medalha Anchieta, a mais alta condecoração da Câmara Municipal de São Paulo, pelo meu trabalho como comentarista político no jornal do final da tarde da Rádio Eldorado.
Eu agradeci, mas ponderei que não seria muito inteligente, na medida que parte dos meus comentários mais duros criticava justamente a atuação dos vereadores paulistanos. Até hoje não fui buscar a condecoração, nem sei o que aconteceu com ela.
Como se vê, de lá para cá, não mudou o comportamento vergonhoso da maioria dos vereadores de São Paulo. Claro que tem as exceções de sempre, que dignificam o ser humano e a política. Mas, no Brasil, incluída a cidade de São Paulo, esta pessoa é difícil de ser encontrada.
Graças a Deus, o povo enjoou dessa gente. Não quer mais assaltantes mandando no seu destino. A onça saiu da toca. É hora de político pensar muito antes de continuar fazendo bobagem. E tanto faz o partido.
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