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Crônicas & Artigos

em 21/12/16

A hora da onça nadar

Tem quem se preocupe com as onças, tem quem nem sabe que elas existem e matam seres humanos.

Durante séculos, as onças se acostumaram a temer o ser humano porque, quando os encontravam, volta e meia o encontro era seguido de um estouro, um rápido clarão e da morte da onça.

Com as novas leis ambientais, a proibição da caça e da posse de armas de fogo, as onças encontram o ser humano, não ouvem o estouro, não veem o clarão, nem morrem. Quer dizer, perderam o medo. O resultado tem sido o aumento dos encontros, com a morte cada vez mais comum dos seres humanos. E as onças fazem serviço bem feito. Normalmente, mordem na cabeça, o que aumenta a certeza da morte de sua vítima.

Essa introdução é importante porque nossos políticos, ou pelo menos parte deles, não percebeu que as onças estão saindo para nadar e que nessa hora a melhor coisa que capivara faz é ficar escondida.

O nome da onça é o povo. Povo com raiva de político. Povo enojado com a política. Povo que não está mais disposto a pagar a conta indecente de milhares de nababos que sugam a nação e ainda querem mais, enquanto 13 milhões de brasileiros perderam seus empregos nos últimos anos.

O povo enjoou de tudo que está aí. Enjoou das maracutaias, dos acertos, dos caxixes, das trocas de favores, do compadrio, de tudo de podre e absurdo que faz uma minoria de privilegiados dos três Poderes levarem vantagem em tudo e sempre.

Não dá mais. O povo se transformou numa imensa onça pintada, pronta para comer quem não dançar conforme sua música. A única música certa porque, ao contrário do que dizem os nababos, o poder emana do povo, é exercido pelo povo e em favor do povo. Quem não acha que é assim deveria estudar a Revolução Francesa, suas causas e consequências.

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