Fidel Castro
Com gosto ou sem gosto, com admiração ou sem admiração, concordando ou discordando, o fato é que Fidel Castro foi um dos grandes nomes da segunda metade do século 20.
Sem dúvida, um ditador brutal e sanguinário, responsável pela morte de milhares de cubanos, ele foi o homem que, de uma ilha a menos de 150 quilômetros da nação mais poderosa do mundo, desafiou os Estados Unidos, permitindo que a União Soviética instalasse em seu território mísseis nucleares de médio alcance, capazes de atingir o território norte-americano.
A favor ou contra, isso é para poucos. O jornalista Ruy Mesquita tinha uma leitura interessante das razões que levaram Fidel, contrariando tudo o que pregava, a fechar com os russos. Segundo ele, Fidel sabia que, se não fizesse isso, mais dia, menos dia, seria deposto do poder pela ação dos Estados Unidos. Então deixou os princípios liberais e adotou o comunismo.
De sua ilha encravada no Caribe, Fidel Castro despachou soldados para lutarem na África.
Treinou e financiou guerrilheiros da América do Sul, inclusive brasileiros. Recebeu exilados, trocados por embaixadores sequestrados. Mandou-os cortar cana para pagar sua estadia em Cuba.
Treinou outros para retornarem com missões subversivas. E, finalmente, mas não menos importante, permitiu que Che Guevara saísse de Cuba para montar um movimento de guerrilha na Bolívia, onde foi morto.
Economicamente, Cuba é um desastre. As condições de vida do povo pioraram. E mesmo os tais avanços na educação e saúde precisam ser efetivamente medidos. Há quem conteste, com argumentos fortes, como o de que os melhores hospitais não estão disponíveis para o povo, mas apenas para os membros do Partido Comunista.
Seja como for, ele deu dignidade e relevância a Cuba. Sem ele, seu país continuaria sendo o cassino, o cabaré e o prostíbulo dos americanos.
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