Leite com conhaque, caçada de paca e taxi mirim
É interessante observar como as modas passam e as coisas mudam. Em tempos de Uber, Pokemom Go, Internet com não sei quantos gigas, que acabam sendo muito menos porque as provedoras não entregam o que prometem, lembrar como já foi é, antes de tudo, muito gostoso. Faz rir das diferenças e comparar, não para dizer que antes era melhor, mas para mostrar que, se era diferente, também era muito bom.
Hoje, com um aplicativo simples, que até um senhor de mais de 60 anos de idade consegue manejar, é possível chamar um carro que nos leva para onde quisermos, guiado por outro aplicativo, que diz qual a melhor rota, por um preço razoável, debitado diretamente no cartão de crédito.
O maravilhoso disso é que, não faz muitos anos, a frota de taxis de São Paulo era composta em sua maioria por taxis mirins. Fusquinhas sem o banco do passageiro da frente, que deveriam transportar no máximo duas pessoas, mas que, nos sábados de madrugada, depois das festas, carregavam cinco ou seis, espremidos do jeito que dava.
Mais divertido ainda é pensar que hoje se caça Pokemons. Que milhares de pessoas estão, agora mesmo, andando pelas ruas atrás de bichinhos virtuais que se escondem nos lugares mais improváveis.
Na época dos taxis mirins se caçava tatu, paca e capivara, além de se organizarem passarinhadas no meio do mato, com o acampamento sempre perto de um riacho onde a cerveja ficava gelando pra contrabalançar a pinga de alambique, tudo bebido entre muita risada, acompanhando os pratos de arroz com as aves misturadas.
Nas madrugadas frias de inverno, ficávamos acordados até o nascer do sol, quando bom, mas bom mesmo, era ir até o curral, acompanhar a ordenha das vacas e beber leite tirado na hora misturado com conhaque.
Enfim, cada tempo tem sua moda. Importante é não perder a sintonia.
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