A vida é bela
Tem quem reclame, diga sempre que está ruim e ficará pior. É verdade, tem muito de ruim e errado. Mas não é só isso que importa.
Se a cidade está abandonada, entregue ao Deus dará e aos vândalos que não respeitam nem os cemitérios, tudo bem, tem outro lado que não depende tanto da vontade dos incompetentes que nos governam e infernizam, como se tivessem feito um pacto com o diabo para desafogar o inferno, transformando São Paulo na primeira franquia pensada pelo anjo caído para causar antecipadamente dor e sofrimento às almas e corpos que um dia poderiam ser condenadas ao fogo eterno.
Olhe em volta. Veja a festa das flores que não dependem da vontade dos políticos para fazer a alegria do dia.
Pense nos ipês florindo nos cemitérios. Pense na poesia da florada dentro dos cemitérios como a vingança da vida contra os estafermos que não respeitam o sono dos mortos.
Olhe a festa de um único ipê amarelo tentando enfeitar a rua.
Pense nas azaleias encantando o entorno. Preste atenção nas patas de vaca (pouca gente sabe seu nome), que dão o melhor de si para criarem um contraponto rico para a riqueza maravilhosa das flores das árvores mais famosas.
Cada canto, cada beco tem seu encanto. A vida se mostra no voo dos sabiás. Mas não são apenas sabiás que voam pela cidade. Veja as rolinhas, periquitos de todos os tipos e tamanhos, bem-te-vis e, por que não?, gaviões que preferem os sacos de lixo a caçar outras aves.
Deixe a vida entrar, se abra para ela, para a beleza da simplicidade. Uma mão estendida. Um sorriso. Um olhar terno para a criança correndo na rua. Lembre-se do menino que não cresceu e vive dentro de você. Sorria, a vida é bela!
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