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Crônicas & Artigos

em 06/05/16

Tombo de bicicleta

Invariavelmente, os acidentes acontecem porque nós ajudamos a acontecer. Cair da bicicleta não é diferente. Quase sempre nós, de alguma forma, contribuímos para o tombo.

Eu sei porque ando de bicicleta e de vez em quando também caio. Faz tempo que não levo um tombo dos bons, mas já levei alguns com consequências sérias.

Não deveria ter uma razão especial para isso e, que eu saiba, não tem, mas, curiosamente, meus tombos se concentram mais no final do ano.

Não que seja regra todos os anos eu cair da bicicleta, não é. Mas tem gente que cai com regularidade impressionante, de forma mais impressionante ainda, o que me leva a concluir que duas rodas, com ou sem motor, são sempre um perigo.

Fazia tempo que eu não via alguém cair com vontade. Outro dia eu vi. Caminhava pela USP quando o ciclista começou a balançar no ritmo de peru bêbado que antecede as quedas. Ele não se machucou com seriedade, mas ficou esfolado no joelho e no cotovelo, com manchas roxas pelo corpo, com certeza, doído, além de se levantar com ar desmoralizado.

Pouca coisa é mais vergonhosa do que se ver caindo, impotente, com gente assistindo em volta.

Saber que está estatelado no asfalto por culpa sua é altamente desmoralizante. E a desmoralização fica maior ao ouvir alguém solícito perguntar se você precisa de ajuda, se está tudo bem, se se machucou.

Já passei por tudo isso. Mas tudo bem. Se tem um lado vergonhoso, tem outro muito legal que é ver as pessoas se preocuparem com você, se disporem a te levar para o hospital, perguntarem se você está machucado ou precisa de alguma coisa. É bom sentir que o ser humano não é alguém que só quer levar vantagem, mas que há generosidade e desprendimento.

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