Voar é uma aventura
Voar deixou de ser uma ação rotineira para transformar-se numa aventura, pelo menos para os milhões de passageiros que cruzam os céus brasileiros anualmente.
O horário, que antes servia quase que para acertar o relógio, atualmente, transformou-se num mero indicador de alguma coisa que serve para penalizar o passageiro, mas não tem valor ético ou operacional nem para a companhia aérea, nem para os encarregados dos voos e aeroportos nacionais.
O bilhete de passagem conter a informação de que o voo é à tal hora e o embarque tanto tempo antes não significa nada, exceto que o passageiro tem que estar no aeroporto de acordo com a informação, mas sem a menor certeza de que os fatos seguirão a lógica que se espera deles.
O risco é dar tudo certo, o voo estar no horário, o embarque acontecer no momento previsto e no portão incialmente indicado.
Se isso acontecer e o passageiro estiver atrasado, adeus. Não tem o que fazer. Terá que remarcar a passagem, provavelmente pagando um extra. Quem mandou chegar atrasado? Da próxima vez já aprendeu, não faz mais.
Mas isso não é a regra. Ao contrário, a regra é tudo acontecer de forma diferente, ou surpreendente, desde a hora do embarque, passando pelo portão, pela autorização para entrar no avião e quanto tempo se fica dentro dele, parado no pátio ou na pista, esperando seja lá o que for, até a autorização para decolar ser dada, o que também pode não acontecer.
São emoções fortes, para fazer os bravos ficarem mais fortes, ou melhor, conformados. Contra a realidade cruel há muito pouco que alguém possa fazer. O jeito é entregar a alma a Deus, porque o corpo, este já foi há muito tempo, abatido pela quase certeza do atraso.
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