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Crônicas & Artigos

em 31/03/16

Os plurais

Português é uma língua complicada. Que o diga a mulher sapiens, os estrangeiros, os alunos das escolas em geral, os analfabetos funcionais, que não entendem o que leem, e mais todas as pessoas que imaginam que conhecem o idioma, mas, na hora do vamos ver, tropeçam.

Duvida? Então o que é um anacoluto? Ou uma elipse? Qual a diferença entre o objeto direito e a partícula SE? Viu? Português é muito complicado, mas complicado mesmo é entender o plural.

Nas outras línguas, o plural normalmente tem um único desenho, no português, não. A coisa aperta e ninguém tem muita certeza de nada. Varia, sem uma explicação lógic. Por exemplo, por que o plural de João não é Joães? Aliás, é Joãos ou Joões?

E a regra se repete, sem nenhuma regra aparente, a não ser implicar com quem quer falar difícil e usa profano no lugar de laico.

Nada que a prosopopeia não admita como verdadeiro, mas que tropeça na hora de plurificar o pão: é pães, pãos ou poões?

E por que o certo é situações? O que situaçãos fez pra ser descartada sem nenhuma compaixão? E situaçães? O que a língua tem contra?

É assim porque é assim e é melhor não tentar mudar porque, se mexer, pode ficar pior. Imagine se alguém decide que é hora de mudar tudo. Por exemplo, pra contentar a presidenta que foi estudanta, e em vez de manter os dois esses como solução, decide que o correto é a cedilha em todas as palavras.

Em time que está empatando a gente mexe o mínimo possível. Vamos que vamos, com todas as dificuldades e incertezas. É melhor ficar como está do que trocar os ãos pelos ães ou pelos ões. Se isso acontecer, aí pega, quem sabe com necessidade de se aplicar a enfiteuse.

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