Quatro dias sem energia
Faz algum tempo, escrevi contando da imensa alegria de ficar quase 40 horas sem energia elétrica. Não só eu, mas toda uma parte do Pacaembu, penalizada pela explosão de um transformador e a demora da concessionária de energia elétrica em acreditar no que todos os interessados, ou seja, os usuários no escuro, diziam para ela.
A audição da Eletropaulo se perde em infinitos ouvidos de gente com e sem autorização para fazer alguma coisa, mas que é parte do processo, sem dúvida, na nobre iniciativa de ajudar o Governo Federal a reduzir o desemprego, como contrapartida para as generosas tarifas que foram sendo dadas depois que os descontos desaguaram no samba do crioulo doido, resultando em aumentos de mais de 70% nas contas.
Mas, se eu achava que quase 40 horas era a antecâmara do inferno, descobri que pode ser muito pior. Que há casos de gente que fica quase 4 dias sem energia elétrica, numa briga surda para voltar a luz, televisão, microondas e outros pequenos confortos da vida moderna.
Isso se, durante o apagão, as máquinas não queimaram em função da oscilação da voltagem. Nada que uma boa briga, depois, não resolva, porque a Eletropaulo é obrigada a ressarcir os prejuízos dos consumidores afetados pela sua incompetência quase tão incompetente quanto a incompetência da CET.
O que varia é o grau de má fé. Nos casos da CET, ninguém tem dúvida, a má fé é recorrente e faz parte do planejamento estratégico da empresa. Com a Eletropaulo, as pessoas de bem ainda preferem acreditar que a má fé não é um componente essencial na sua operação.
Seja como for, minha irmã, com todas as reclamações possíveis, ficou sem energia da sexta feira até a segunda feira de carnaval. Isso porque, na visão da Eletropaulo, 4 dias sem energia não é uma emergência.
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