As andorinhas estão aqui
No final do ano passado, escrevi uma crônica na qual contava da fuga das andorinhas. Um ouvinte escreveu sobre o assunto, me perguntando onde as andorinhas poderiam estar.
Concordei com ele, elas tinham desaparecido de São Paulo e nós não sabíamos a razão disso, mas de qualquer forma era triste porque as andorinhas voaram por aqui pelo menos boa parte da minha vida.
O que as teria feito mudar de rota? Por que a grande metrópole não as atraía mais? Perguntas sem respostas, exceto o vazio deixado pelas avezinhas que foram embora sem deixar notícia ou endereço.
Num final de tarde, eu estava sentado no banco do jardim da minha casa olhando o por do sol. Alguns pássaros cruzavam o céu, voando de um lado para o outro, caçando insetos.
Demorou prestar atenção na cena. Aliás, não sei bem o que me fez olhar pras aves. Mas, de repente, vi que as asas eram asas de andorinhas. Elas estão de volta, ou, melhor, nunca saíram daqui. Fomos nós que paramos de prestar atenção ou de procurar por elas.
As andorinhas no céu do final de tarde estavam à vontade, voando de um lado para o outro, senhoras do céu e tranquilas em sua caçada.
Quem conhece um pouco sobre os pássaros sabe que o voo de uma andorinha é completamente diferente do voo das outras aves. Aliás, com raras exceções, como o voo do sabiá e do bem-te-vi, cada ave tem uma forma única de voar, o que faz não ser difícil sua identificação, pelo menos entre as mais conhecidas. Pardais, tico-ticos, periquitos, rolinhas, pombas, sabiás, bem-te-vis, etc.
Foi bom redescobrir as andorinhas em São Paulo. Elas sempre foram parte do cenário. Seu hipotético desaparecimento deixava o céu mais triste. Com elas de volta, o céu fica mais bonito e a alma mais alegre.
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