Urina e fezes
Dia 24 de janeiro, domingo, fui andar pelo Centro. Centro Velho e Centro Novo. Comecei pela Capela de Santa Luzia, uma das igrejas menos conhecidas e mais bonitas da Capital.
De lá fui ao Tribunal de Justiça, das joias arquitetônicas da cidade, para mim, a grande obra de Ramos de Azevedo, onde tive o privilégio de fazer um tour guiado pelo meu amigo Desembargador Antonio Carlos Malheiro, que estava de plantão.
O Salão dos Passos Perdidos e o antigo Júri são deslumbrantes e o Museu Paulo Bomfim, um canto de amor a São Paulo.
Segui para o Pátio do Colégio, com todo o seu simbolismo na data, e fui para o Mosteiro de São Bento e Rua Florência de Abreu. Depois, tentei entrar na Igreja de Santo Antonio, mas, para meu espanto, estava com as portas fechadas, o que se repetiu na Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a igreja com o nome mais bonito da cidade. E depois nas duas igrejas do Largo de São Francisco.
Do Largo do Patriarca atravessei o viaduto, entrei na Conselheiro Crispiniano e fui ao Largo do Paissandu. Segui pela São João, até a Ipiranga e Praça da República, onde tinha uma festa boliviana.
Segui pela Vieira de Carvalho, parei para conversar com meu amigo e dono do Largo do Arouche, Seu Luiz, e fui para a Academia Paulista de Letras. Voltei pela 7 de abril, Conselheiro Crispiniano, Viaduto do Chá e Largo de São Francisco.
O Centro me impressionou. Está abandonado, arrebentado, inteiro pichado e, o mais apavorante, cheirando mal. Mas cheirando mal mesmo! O cheiro leve é de urina, o pesado, de fezes. E não é num único pedaço. Não, é neste circuito praticamente inteiro, incluído o Viaduto do Chá, onde o espaço aberto deveria disfarçar o bodum. Que triste aniversário!
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