São José de Anchieta
Santidade é assunto para especialistas. Não é todo mundo que sabe ou entende porque o santo de ontem deixa de ser santo hoje, e o santo que não entrava na conta, de repente, sem milagre confirmado, é promovido de beato a santo.
Coisas da religião e da fé. Ou se acredita, ou se crê. Não tem terceira opção. Se tivesse, seria fácil.
Os mistérios existem para serem mistérios. A nós cabe aceitá-los ou não. É como acreditar em Deus ou num Deus.
Os deuses não são mais que a representação humana do maior de todos os mistérios. A ideia de Deus é tão grande, tão fora da nossa dimensão, que temos necessidade de criar uma figura inteligível.
Existe um único Deus. E várias formas de representá-lo. A sua não é melhor do que a minha, nem a minha mais verdadeira do que a sua. Apenas uma serve a você e outra dá conforto pra mim. E o fantástico é que há milhares de anos o ser humano se mata porque seu Deus é melhor que o do outro.
Agora é a vez do padre Anchieta. Levou 400 anos para ele chegar lá, mas chegou. É verdade que no tapetão, com auxílio do Papa, que liberou um milagre.
Eu não sou doutor em santificação, mas me parece que o Papa agiu certo fazendo o que fez.
Os milagres de Anchieta vão muito além de fazer paralítico andar ou cego ver. Ele consolidou o diálogo entre dois povos, entendeu os índios, serviu de arrimo para a construção do Brasil. Isso, numa época em que não havia mil brancos em todo o território. Quem faz isso é santo escolhido por Deus. O Papa só ratificou o óbvio.
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