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Crônicas & Artigos

em 16/12/15

Por quem os sinos dobram

Ninguém abandona a própria casa porque quer. Da mesma forma, ninguém abandona seu país porque quer. Ou melhor, só poucos fazem isso e, mesmo estes, o fazem para melhorar de vida. Ninguém muda de país se não for para melhorar de vida. O que nos leva a deixar pra trás parentes, amigos, propriedades, hábitos, tradições e idioma é a vontade de ter mais, de oferecer mais, de mudar de patamar, de ter segurança para tocar em frente, emprego para alimentar a família e o amparo das leis para investir sem medo de não dar certo ou de ser tungado quando der certo.

O mundo assiste um movimento colossal de pessoas em situação de vulnerabilidade procurando outros lugares para viver. Milhões se movem em direção a um sonho, uma esperança ou a ilusão de que a vida pode ser melhor.

O movimento assusta. A onda é forte, incontrolável, inexorável e tem destino certo: o grosso vai morrer nas praias da Europa. Mas não é só para lá que as pessoas vão, em busca do sonho, fugindo da fome e da morte, pedindo um amanhã mais claro e amistoso.

Boa parte dos países está se transformando no porto seguro para desesperados do mundo todo. Nada que não tenha acontecido no passado e nas mesmas proporções. A população mundial era menor, por isso mesmo o fluxo de imigrantes europeus, que desembarcaram nas Américas entre o final do século 19 e início do século 20, foi também um movimento em massa, basicamente para fugir da fome e da miséria que assolavam grande parte da hoje rica Europa.

E mesmo antes, será que o que trouxe os colonizadores para as Américas não foi o sonho de uma vida melhor? A possibilidade do Eldorado ou de trabalhar de sol a sol até fazer fortuna? Eu já escrevi: somos todos imigrantes, como os primeiros seres humanos que há muito tempo saíram da África.

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