Por onde voam as andorinhas?
O Milton Mendes levantou uma questão muito importante. As andorinhas. Por onde voam as andorinhas que durante décadas brincaram no céu paulistano, mas, de um tempo para cá, simplesmente deixaram de dar as caras?
A mensagem pegou pesado. Não tem como, foi falha minha não reparar que as andorinhas desapareceram da cidade. Posso usar dezenas de justificativas, mas nenhuma muda o fato claro e incontroverso: as andorinhas que voavam nas tardes da cidade e faziam seus ninhos nos beirais dos telhados decidiram que São Paulo não é mais um bom rumo. Por quê? Essa é a pergunta a que eu não sei a resposta.
Com certeza, especialistas em pássaros devem saber o que aconteceu. Aliás, duvido que o fenômeno não tenha sido percebido e devidamente estudado, dentro de todos os contextos, desde as mudanças climáticas até a queda na qualidade de vida oferecida pela cidade.
Mas, nos dias de hoje, com a vida correndo no ritmo da crise moral, política e econômica que assola o Brasil e da vontade superior da Presidente da República, que quer encaixotar vento, leigos acabam não sabendo o que acontece no mundo da ciência, e aí ficamos vendidos quando nos perguntam o que aconteceu com as andorinhas. Será que seu sumiço tem influência dos ventos?
Ah, Milton, quem me dera saber delas como sei dos sabiás que tomam banho na tigela d’água da Clotilde, na garagem lá de casa!
Mas não sei. Tenho como te contar dos periquitos de todos os tamanhos, das rolinhas, das almas de gato, até dos gaviões que vivem na USP. Mas não sei das andorinhas. Será que seu voo rápido e ágil é apenas lembrança, escondida no passado? Será que voltarão pra cidade? Ah! a falta que faz a certeza científica ou uma bola de cristal!
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