O ipê mais importante
Os ipês amarelos não só chegaram, como estão mostrando para o quê vieram. Florada rica, forte e bela, as flores estão exuberantes em seu amarelo denso, balançando na brisa de primavera como lenços saudando os campeões que retornam pra casa.
É bonito ver o empenho das árvores para alegrar o cinza triste da cidade. Os ipês amarelos não têm o menor preconceito contra o trabalho dos jovens. Eles sabem, porque estão aí faz tempo, que o trabalho é a melhor maneira de espantar a tentação do mal feito, o convite para entrar no crime, como acontece hoje com milhares de jovens que, por falta de opção, por não poderem trabalhar e ganhar honestamente seu dinheirinho, são mulas e olheiros das quadrilhas de tráfego de drogas.
Os ipês amarelos de todos os tamanhos estão floridos. É comovente ver a árvore pequena e mirrada orgulhosamente ostentar meia dúzia de florezinhas amarelas, abertas quais bandeiras de guerra.
Mas tem um ipê que é mais importante do que todos os outros. É uma árvore de porte, linda, plantada no jardim da frente do Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Já falei desse ipê outras vezes e contei que, diz a lenda que, nos anos em que sua florada é farta, as coisas também tomam jeito na vida da Irmandade.
Pois em 2015 a florada do ipê amarelo da Santa Casa veio gloriosa. Farta, rica, densa, na sequência das primeiras boas notícias sobre as possibilidades de recuperação do mais antigo hospital de São Paulo.
Vendo o ipê florido e as medidas que estão sendo tomadas, todos os que brigam pela recuperação da Santa Casa ganham fôlego novo. Vamos em frente que atrás vem gente. A Santa Casa tem pelo menos outros 450 anos pela frente.
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