A dengue chegou
Depois dos assaltos, do trânsito infernal, da ciclofaixa nos domingos, corridas a pé, travestis, pernilongos e barulho de helicópteros, agora é a vez da dengue chegar no Butantã.
É verdade, a doença é consequência dos pernilongos que já infestam o pedaço faz tempo, mas é uma praga a mais. E uma praga ruim, com resultados complicados que atacam a saúde das pessoas.
O que fez a epidemia se espalhar pela cidade não está completamente claro, mas com certeza tem a ver com a falta d’água no sistema Cantareira.
Pode ser que sim, pode ser que não, afinal, o combate à dengue vai além da falta d’água que atinge a cidade. Seja como for, o fato incontestável é que a dengue chegou e, pelo jeito, disposta a passar uma temporada mais comprida.
Ninguém sabe se há alguma ligação dela com as outras pragas que atingem o bairro. Provavelmente há uma ligação entre o mato nos canteiros e o aumento das poças de água estagnada, mas afirmar que uma coisa está intimamente ligada a outra, ou que a razão da chegada da dengue é esta, é forçar a barra.
Coisa que não deve ser feita em nome da boa crônica e da fidelidade ao tema. Mas que a dengue é mais uma aporrinhação na vida de quem mora no pedaço, isso não há como dizer que não. É. E das boas.
Enfim, fazer o quê? Se é assim que São Paulo gira, então é assim que as coisas acontecem. Poderia ser diferente, mas não é. E o duro é que tanto faz a eleição deste ano, entre mortos e feridos vai continuar tudo como está, do trânsito ruim aos travestis, passando pela dengue que, a partir de agora, é mais uma praga infernizando o dia a dia de quem mora num lugar que tinha tudo para ser muito gostoso.
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