Ipês rosa e orçamento vermelho
Muito provavelmente, não há qualquer relação entre eles. Os ipês rosa são uma coisa, o orçamento do país, outra. Mesmo com o orçamento densamente vermelho, muito mais vermelho que o urucum boliviano utilizado nas ciclovias, quase tão vermelho quanto o sangue das chacinas ou o ódio que enche o coração de vários simpatizantes da esquerda radical contra tudo o que é bom e bonito, os ipês rosa são muito mais alegres, vivos e decentes do que o orçamento.
Primeira vez na história do país que isto acontece. Jamais um orçamento foi encaminhado para aprovação com resultado negativo. Nada que os Estados Unidos não façam, mas nós não éramos os Estados Unidos, pelo menos até o atual Governo assumir que é liberal.
Verdade que algumas manias antigas são duras de engolir. Então, o vermelho Coréia do Norte grafado na última linha do orçamento não é mais do que uma expressão nostálgica, a saudade atávica de um tempo que nunca existiu, mas que alguém disse que foi bom.
Tanto faz se o mundo andou pra frente, na América Latina o socialismo continua sendo a solução dos problemas, pelo menos para grande parte dos socialistas que chegam ao poder e saqueiam os cofres com a mesma tranquilidade com que condenam os pobres a morrerem de fome, sem saúde e sem educação.
É por isso que os ipês rosa são muito melhores. Eles não se preocupam com política partidária, não assaltam a Petrobrás, não cometem desmandos de todos os tipos, à frente dos diferentes níveis de governo. Não, os ipês rosa se cobrem de flores. Afinal, é isso que eles nasceram para fazer. Bem aventurados ipês rosa! Vocês nos fazem esquecer, ainda que por um minuto, o que estão fazendo com o Brasil.
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