A CET continua ladeira abaixo
Quando você imagina que não dá mais, que bateu no fundo, feito água do chamado volume morto, eis que a vaca continua a afundar. O brejo é maior, mais fundo e mais perigoso.
O limite da CET é a absoluta falta de limites. Como se quisesse provar que o outro lado não é mais do que este lado virado ao contrário, a CET desce, desce, despenca, cai, rola, descamba ladeira abaixo, na velocidade das bicicletas que suam para subir a Rua João Ramalho e, quando chegam perto da PUC, se sentem abandonadas, sem faixas pintadas no chão, e disparam de volta, ladeira abaixo, às vezes com o ciclista em cima, às vezes com o ciclista correndo atrás.
Nada, nem ninguém pode com o movimento de pêndulo que move a CET através dos dias e das ruas, sem se saber muito bem o que é um e o que é o outro.
Os marronzinhos dizem que trabalham falando no celular. Pode até ser, mas não sempre. Não tem como passarem informações sobre o trânsito escondidos atrás dos pilares das pontes ou virados de costas.
Os semáforos continuam provando que são mais inteligentes do que seus programadores e as placas escondidas atrás das árvores ou de outras placas mostram que há mais mistério entre a rua e o céu do que concebe nossa vã filosofia.
Tudo nela conspira para parar o trânsito. Cada ação, cada gesto, cada omissão, cada semáforo quebrado, cada viatura em cima da faixa de pedestre; cada rua fechada quando chove e que não é aberta quando para de chover; cada marronzinho; tudo, absolutamente tudo, tem um único objetivo: infernizar sua vida.
Mais vale uma cidade parada do que perder o título de “a mais incompetente”. Isso a CET não aceita. E a luta é de morte.
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