Cada vez mais, mais loucos
São Paulo está se transformando numa cidade completamente louca ou, pelo menos, sem consideração com qualquer ordem, hierarquia ou preferência.
Pode mais quem chora menos, ou quase. É olhar o jeito que as ruas fluem para se ter certeza da bizarrice que tomou conta da cena urbana.
Pedestre atravessa onde quer; carro não para na faixa; ciclista pedala na pista da esquerda; e ônibus não respeita a faixa exclusiva.
Daí pra frente, todo o resto é resto, ou lucro, depende do ponto de vista.
Cada vez mais, temos menos certeza de que alguma coisa é previsível. Não é. Nem mesmo a certeza da falta de previsibilidade é previsível.
Inabalável, sólida feito uma rocha, apenas a incompetência da CET. Essa não paga pedágio, nem perde tempo com conversas inúteis. O marronzinho multa muito mais rapidamente do que Wyatt Earp sacava seu 45 de cano longo. E na contramão de tanta eficiência, o semáforo da frente fecha quando o no qual você está parado abre.
Nada que o manual de combate nas serras, editado pelos cubanos nos idos de 1960 não explique. Livro pouco lido, se é que existe, é a bíblia de quem quer fazer carreira cuidando das ruas paulistanas.
Mas os motoristas não têm tempo para demagogia política; nas ruas a vida é real, corre solta, bate, desce, briga e mata.
Nem mais, nem menos, só torcida uniformizada de time de futebol é mais estúpida. O grau de agressividade é inversamente proporcional ao fair play da FIFA. Quem sabe seja porque o cidadão comum não tem acesso a todos os acessos que fazem os cartolas sempre mais ricos.
Aí o jeito é quebrar, fechar, entrar, brecar e o outro que se dane.
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