Penteado Mendonça Advocacia

Herdeiro de uma tradição jurídica iniciada em 1860.

PT | EN

Insira abaixo seu e-mail caso deseje fazer parte do nosso mailing:

Estamos à disposição: contato@pmec.com.br 11 3879.9700

Crônicas & Artigos

em 16/01/23

A retomada da conquista do espaço

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

Há cinquenta anos, os Estados Unidos encerravam o Programa Apolo, que levou o ser humano a deixar os limites do planeta para pisar na Lua. Entre a Apolo 11 e a Apolo 17 passaram-se poucos anos, mas foram suficientes para mostrar a imensa capacidade e o engenho humano focados numa tarefa específica: colocar os pés na Lua. E as marcas das solas dos astronautas estão lá, da mesma forma que os padrões portugueses confirmando as viagens de seus navegantes.

Agora, o Projeto Artêmis retoma a saga interrompida, não como sua continuação, mas como um novo desafio, nascido do sucesso anterior, e se prepara para novamente levar o ser humano para fora dos limites de nossa atmosfera, voltando à lua, desta vez com pretensões de se estabelecer permanentemente no nosso satélite e de lá partir para voos mais longos, como uma já em planejamento viagem tripulada para Marte.

Por trás do projeto, há muita tecnologia transformando o sonho em realidade. Há poesia na aventura das viagens espaciais. Há equipamentos altamente sofisticados dando vida às espaçonaves e aos dilemas da ficção científica.

Qual o limite humano? Essa a grande questão a ser respondida, a partir do momento em que o projeto se mostra viável e diante da certeza de que, em pouco tempo, em vez de bonecos, astronautas estarão sentados nos assentos da cápsula que os colocará na Lua.

Um projeto desta magnitude custa bilhões de dólares. Tem como responsável, evidentemente, o governo norte-americano e suas agências, mas envolve também centenas, se não milhares, de empresas privadas, responsáveis pelas diferentes partes do programa, desde o fornecimento de um pequeno parafuso até o desenvolvimento, montagem e operação da complexa e sofisticada inteligência artificial necessária para gerenciar e viabilizar a viagem.

Os riscos envolvidos são gigantescos. E a possibilidade de acidentes não depende do valor de cada contrato, nem da sofisticação das tecnologias envolvidas. Uma porca ou uma mera arruela com defeito pode causar danos mais catastróficos do que o apagão do sistema de navegação da nave.

A ordem de grandeza envolvida é gigantesca. Desde o planejamento e desenvolvimento de todos os equipamentos necessários até sua entrega, instalação, montagem e operacionalização, há uma longa cadeia composta por riscos extremamente complexos e difíceis de serem quantificados e outros muito simples, como a quebra de um pequeno parafuso, mas capazes de comprometer todo a operação.

Pouca gente deve ter acesso ao programa de proteção e gerenciamento de riscos do Programa Artêmis em todas as suas etapas, mas com certeza o setor de seguros está oferecendo as garantias necessárias para que o projeto possa ser desenvolvido e implementado. Sem a garantia de apólices desenhadas para os diferentes riscos envolvidos não há como se desenvolver um projeto dessa dimensão. Nenhuma empresa privada no mundo tem condições de participar deste programa sem a proteção garantida pelo setor de seguros.

Voltar à listagem