Relevância do seguro de vida
Originalmente publicado no jornal O Estado de S.Paulo.
por Antonio Penteado Mendonça
Viver é muito perigoso. A frase de Guimarães Rosa é verdade e chama a atenção para todos os perigos que nos cercam e os riscos que nos ameaçam e que podem causar danos de todas as sortes, tendo como ponto comum o prejuízo econômico. Pode ser uma batida de carro, um incêndio na residência, um roubo na empresa, o furto de um celular, a bolsa esquecida no banco do ônibus etc. Esses eventos têm em comum, além do dano ou da perda do bem, o prejuízo econômico.
Mas o evento mais dramático é a morte de um ser humano. Toda morte é uma perda irremediável e insubstituível. Não há volta. O processo é definitivo. O morto deixa de existir e fazer parte da vida da sociedade, da vida das pessoas a quem é caro, dos amigos, dos parentes, companheiro e filhos. A morte encerra um ciclo e este final pode ser devastador, espiritual e materialmente falando. A imensa maioria das mortes não nos afeta, mas a morte das pessoas queridas tem o condão de criar vácuo onde antes havia entendimento, apoio, amor, amizade e suporte.
É aí que o seguro de vida tem um papel importante na vida das pessoas. Começando pelo segurado, a contratação de um seguro de vida é uma forma de prorrogar o adimplemento de sua responsabilidade sobre a terra. Com o seguro de vida ele, economicamente, garante, facilita e viabiliza o futuro de quem ele quer bem, depois que ele não estiver mais neste mundo. É uma forma de assegurar sua tranquilidade para enfrentar os desafios cada vez mais brutais do dia a dia de sua existência. Com o seguro de vida, ele pode enfrentar o inesperado do cotidiano sabendo que, no caso de sua falta, os seus estarão protegidos. Seja ele vítima de um acidente de trânsito, de um assalto, de uma bala perdida, de um infarto ou de uma doença terminal, o seguro de vida, na sua falta, pagará a indenização contratada, garantindo aos beneficiários os recursos necessários para fazer frente ao futuro, depois de não contarem mais com o suporte do morto.
Para as classes menos favorecidas, um seguro de vida, ainda que com capital segurado relativamente baixo, é a garantia dos recursos para os beneficiários tocarem a vida por um ou dois anos, com padrão pelo menos semelhante ao tempo em que o segurado estava vivo. Daí ser fundamental a criação de seguros para esse público. A indenização é a forma mais eficiente de evitar a miséria e todas as suas consequências.
Já para as pessoas no outro extremo da malha social, o seguro de vida pode não ser indispensável para garantir seu futuro, mas nem por isso deixa de ser importante para permitir a manutenção do padrão de vida até os trâmites sucessórios estarem encerrados para que os herdeiros possam entrar na posse de seu patrimônio. Como a indenização não integra o inventário, ela garante os recursos para as despesas do dia a dia e para custear o processo de sucessão até sua conclusão.
Não é por outra razão que nos países desenvolvidos o seguro de vida é o mais importante de todos.
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