O legado
O maior legado da Copa do Mundo é a certeza de que o futebol é apenas a ponta de um enorme iceberg que precisa ser derretido para começar de novo.
O duro é que isso não vai acontecer. Na vida não é assim que as coisas se dão. Os contos de fada têm a capacidade de despertar a fantasia e dar esperança, mas não se pode transformá-la em ilusão.
Quem imagina que o Brasil vai entrar nos eixos nos próximos anos está iludido, não vai. Não vai porque os políticos que vencerão as eleições são os mesmos que vencem faz anos e sempre nos colocam na posição em que estamos.
A renovação do Congresso é alta, mas, como dizia o Leopardo de Lampaduzza: “é preciso mudar para ficar como sempre foi”. Os que entram são tão ruins ou piores do que os que não são reeleitos.
Não há muito que se possa fazer para mudar, mas isso não quer dizer que não deva ser feito.
Deve, com todas as forças dos homens de bem, do cidadão que sai diariamente atrás do pão de cada dia, com vergonha do que vê.
O Brasil está perdendo de goleada em todas as frentes. A educação é um desastre sem tamanho que nos coloca entre as nações menos competitivas.
A saúde é pior ainda. Não porque não tenhamos hospitais e médicos capazes, mas porque não investem no básico: saneamento, saúde na primeira infância, atendimento à mulher, amparo à família.
A corrupção corre solta. Pra que trabalhar honestamente se é muito mais fácil se acertar com quem pode resolver o caso por uma módica remuneração?
Essa é a realidade. Não é só a seleção. O Brasil que tem que mudar.
Voltar à listagem