Mutilaram o museu
Cartagena de Índias é uma cidade deslumbrante, encravada na costa colombiana, de frente para o Mar do Caribe. Antiga, a cidade foi dos portos espanhóis mais importantes e movimentados nas Américas.
Em função disso, a partir de 1614, ganhou 11 quilômetros de muralhas maciças, com a missão de defendê-la dos ataques de piratas e corsários que navegavam pelo Caribe atrás dos tesouros espanhóis.
São muralhas impressionantes, do alto das quais podemos assistir um pôr-do-sol incrível, com o sol descendo no mar e se escondendo atrás do horizonte vermelho alaranjado.
A cidade é uma Parati ou Ouro Preto crescida e mais bem tratada, algo que um dia o Brasil, quando voltar a ser civilizado, também pode ter.
Cartagena tem museus interessantes e inesperados. Um deles é o Museu do Oro Zenú, onde o visitante descobre que 300 anos antes de Cristo a região já era lar de povos em avançado estágio de civilização, com excepcional habilidade para trabalhar o ouro e fazer objetos.
Vale também o Museu da Marinha, uma aula de história de Cartagena, exposta de forma inteligente e cativante ao longo de suas salas.
O dado triste é que o museu mais interessante de todos, e um dos mais impressionantes que eu vi no mundo, foi desmontado em nome de alguma tolice politicamente correta.
O Museu da Inquisição de Cartagena de Índias tinha como grande diferencial cópias em tamanho real das máquinas e instrumentos de tortura utilizados pela inquisição em seus autos de fé.
As mais impressionantes, pela barbaridade das torturas, foram retiradas e substituídas por fotos de crianças em diversas situações de vulnerabilidade. Quem perdeu foi a humanidade e sua história. Pena que Deus tenha limitado a inteligência, mas não limitou o seu oposto.
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