Viagem ao inferno
Dia 9 de setembro, minha filha, seu marido e os dois filhos saíram da Praia da Baleia de volta para São Paulo às nove e meia da manhã. Ao meio dia ainda não tinham chegado na Bertioga. Às duas, estavam chegando na vila de Hans Staden e a previsão de chegada a São Paulo era por volta das 16 horas. Chegaram às dezesseis e quarenta e cinco, depois de sete horas e dez minutos para percorrer menos de duzentos quilômetros.
O duro é que essa viagem está longe de ser a mais longa da temporada. Com o verão, acontecerão outras mais demoradas.
Viajar com dois filhos pequenos está se tornado preocupante. Mas também há situações em que o bom senso pode resolver o que começou complicado. A última vez que fui para o Guarujá, na volta, a Polícia Rodoviária tinha fechado a Rodovia D. Domênico Rangoni para retirar um caminhão capotado no acostamento.
Me pareceu sem sentido centenas de pessoas ficarem paradas debaixo do sol. Então fui conversar com o policial e lhe perguntei por que não esperavam a noite para fazer a operação. Ele lembrou o prejuízo da empresa, eu lembrei o incômodo das pessoas. Ele entendeu que os danos aos que estavam debaixo do sol eram mais sérios e liberou a estrada.
Mas a verdadeira causa desses engarrafamentos tem origem mais complicada. Desde a década de 1990, nenhuma nova estrada foi construída. E no período a frota paulista cresceu exponencialmente.
Multiplicou o número de veículos, mas não aumentou o número de estradas para o litoral. Além da Anchieta/Imigrantes, seria necessária uma rodovia para o litoral sul e outra para o litoral norte. A única coisa que fizeram foi a ampliação da Rodovia dos Tamoios. O nó continua na Rio/Santos, na Dom Domênico Rangoni e na Manuel da Nobrega. Enquanto não fizerem novas estradas, não tem jeito: vai continuar parando.
Voltar à listagem