Um muro desnecessário
Depois de inventar uma eficiente forma de controle da população, unindo calçada e ciclovia, a USP decidiu inovar mais uma vez e inventou um muro de vidro para separar a Raia de Remo da Marginal.
É uma ação inusitada até porque a USP é Estadual e as obras têm interferência da Prefeitura, que inclusive está cedendo guardas municipais para tentar proteger o muro, num evidente desvio de função.
Se alguém tem que proteger a USP é a Polícia Militar, encarregada da proteção de toda a população e que, entre trancos e barrancos, vai entregando sua parte.
É evidente que este muro é um desperdício de dinheiro que não tem impacto nenhum na vida da cidade e que os vidros continuarão quebrando pelas mais variadas causas.
Mas o muro tem outro efeito bem mais perverso. Ele está matando pássaros que não veem sua estrutura transparente e acabam batendo nos vidros durante o voo.
Faz tempo que a USP vem descendo a ladeira. Não tem dinheiro para investir no ensino porque antes tem que pagar os salários de mais gente do que precisa e faz menos do que o necessário, mas faz um muro de vidro.
A consequência é a sua queda nos índices de avaliação das universidades internacionais. Ainda que mantendo a condição de melhor universidade da América do Sul, a USP vai perdendo posições.
É triste ver ações como a criação da ciclocalçada para matar gente e controlar a população e o muro de vidro, uma escancarada demagogia. A aplicação do dinheiro do muro no Hospital Universitário, ou no Hospital das Clínicas, faria muito mais sentido e seria mais útil para a população. É hora da USP voltar a ser a USP, resgatar seus valores e investir mais e melhor na formação dos seus alunos.
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