Água e terra
Já teve época em que a água não era tão importante, ou pelo menos sua importância não era tão reconhecida. Diz a mitologia que Atenas se chama Atenas porque, na disputa entre Palas, Atenas e Posseidon para dar o nome à cidade, enquanto o deus dos mares bateu na rocha com seu tridente e criou uma fonte, a deusa da sabedoria deu aos homens a oliveira, que foi considerada, à época, mais importante do que a água.
Já o escritor norte-americano Mark Twain dizia que a maior e mais importante base para qualquer fortuna era terra, porque é a única coisa que Deus não vai colocar mais do que tem no planeta. Quem tem, tem; quem não tem, não terá, a não ser que compre de quem tem.
Como tudo no mundo, estas verdades são relativas. Os países árabes, em média, têm pouca água, mas muito petróleo, por isso são ricos. O Brasil tem muita água e está descobrindo muito petróleo, mas isso, até agora, só tem feito aumentar a bandalheira.
A Venezuela tem água e petróleo e está deixando de ser um país, desmontada pelas barbaridades feitas em nome do povo, que fica cada dia mais pobre, enquanto os governantes ficam mais ricos.
Nada de novo debaixo do sol. A indústria da seca no nordeste brasileiro enriqueceu e ainda enriquece os tradicionais donos da terra, que, por isso. controlam a água e os milagres que elegem os políticos e fortalecem as igrejas.
Quem pode, pode, tanto que a companhia que cuida da água em São Paulo quase conseguiu a façanha de ter aumento de tarifa quando a população economizasse água. Quer dizer, entre mortos e feridos, quem paga a conta somos nós, pagadores de impostos. E isso vale para água, terra, trem suspenso em terreno plano, transposição de rio, usina hidroelétrica e outras invenções que engordam o caixa de muita gente.
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