A CET é imune às mudanças
Eu sei que o ex-presidente da CET e atual Secretário Municipal é um engenheiro altamente competente, com longa lista de serviços públicos de primeira ordem, mas, pelo visto, ele não conseguiu mudar a CET.
Os vícios são antigos e estão profundamente arraigados. Além disso, há quem garanta que existe também uma bela dose de preguiça atrás da falta de ação dos agentes da gloriosa Companhia de Trânsito.
Planejar para quê? Ninguém mexeu nos semáforos, então é inútil qualquer planejamento, não vai dar certo mesmo. Se não vai dar certo, para que perder tempo com o que não tem jeito?
Poderia se dar um jeito diferente em outra área que não dependa de compra de material zero bala? Não acredite nisso, não poderia e, se fizesse, só iria piorar. Então para que se mexer?
Filosofia simples, pragmática, eficiente. Ninguém faz nada porque não adianta fazer nada e deixar como está cansa menos e é mais barato.
O mundo é dos espertos. O Rio de Janeiro que o diga. Numa cidade em que ninguém planeja faz muito tempo, continuar sem planejamento é a melhor resposta.
Para que rever as ciclofaixas? Para que asfaltar bem ruas que nunca foram bem asfaltadas? Para que mexer na sinalização? Para que sincronizar os semáforos?
Vamos deixar como está. Com a ajuda do mau motorista que tomou de assalto as ruas de São Paulo, invariavelmente escondido atrás de placas de Belo Horizonte, o aumento do caos não será percebido e, se for – tanto pior –, a culpa é dos motoristas, que não respeitam nada, nem pagam suas multas, nem se preocupam com o que as autoridades acham.
Sorte de quem faz errado, porque, enquanto a CET for a CET, não há razão para mudar nada. A bagunça continuará e o mau motorista será herói.
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