6500 Crônicas
Seis mil e quinhentas crônicas é muita coisa. Nunca, quando eu comecei a escrevê-las, em 1992, eu imaginei algo parecido, nem que a Crônica da Cidade ficaria tantos anos no ar, de segunda a sexta-feira, integrando a programação da Rádio Eldorado, que no meio foi Rádio Estadão ESPN e depois Rádio Estadão, até voltar a ser a Rádio Eldorado, onde tudo começou, num dia de outubro, mais de vinte e cinco anos atrás.
A ideia que me motivou a propor ao João Lara, diretor da Rádio, uma crônica diária, focada basicamente em São Paulo, foi mostrar o lado bom e bonito de uma cidade que é invariavelmente desmerecida, ainda que sendo uma das maiores e mais ricas cidades do mundo.
São Paulo é uma selva, mas não é só de ferro e cimento que ela é feita. Grandes áreas são ricamente arborizadas, praças e parques se abrem para a população, suas distantes divisas são cobertas por matas nativas, com toda sorte de animais da mata atlântica.
A vida cultural é das mais ricas das Américas. Centenas de museus abrem suas portas diariamente; os restaurantes oferecem comidas de todos os cantos do planeta; teatros levam espetáculos de todos os tipos para milhares de pessoas; salas de concerto oferecem o melhor da música clássica; e as grandes arenas recebem os shows que navegam pelo mundo.
São Paulo vive cultura e suas bibliotecas começam a ficar conhecidas internacionalmente. Suas galerias e exposições atraem os olhos dos especialistas. Mas é raro se fazer um apanhado mostrando isso. Prevalecem as notícias ruins, o feio, o triste, o cinza.
A Crônica começou para falar do lado bom e bonito e teve que entrar no lado feio da vida porque a vida é assim. Ao longo de todos estes anos, quem brilhou mesmo foi você, cidadão de São Paulo, ser humano único e especial, que faz e vive o universo desta cidade.
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