Cícero e Bruno
Em 1971 eu fui sorteado para servir a Pátria e fazer o serviço militar.
Encurtando uma história comprida, cursei o CPOR, na arma de Artilharia, o que não deixa de ser curioso, na medida em que era calouro de Direito e tinha pouca afinidade com os números indispensáveis para os tiros de canhão ou obus que são a alma da Artilharia.
Logo no começo do ano, lá fomos eu e meu primo Júlio, que também estava na Artilharia, nos apresentarmos no quartel de Santana.
CPOR significa Centro de Preparação de Oficiais da Reserva. Ou seja, no final de 1971, nós dois e mais 47 alunos saímos do CPOR com a patente de Aspirante a Oficial, que seria promovida para Segundo Tenente R2 de Artilharia do Exército Brasileiro no meio de 1972, depois do estágio obrigatório, o meu feito no 2º RO de Artilharia, na cidade de Itu.
Foi uma época mágica. Tem quem não gosta do serviço militar, mas para nós, da turma da Artilharia de 1971, aquele ano foi um momento único, por tudo o que vivemos, passamos, aprendemos, inventamos, sofremos e nos divertimos, no quartel de Santana e nos acampamentos.
Major Winter, Capitães Agostini, Molinari, Albuquerque e Milton. O Subtenente, bonachão e amigo, e os sargentos que realmente carregavam o piano nas costas.
O Grêmio General Mallet, a cantina, o pernoite. O troféu Corrêa Lima, as Olimpíadas do CPOR, heroicamente vencidos por nós.
Todos os anos nos reunimos pelo menos uma vez para relembrar as histórias, aventuras, desventuras e muita amizade de um grupo de jovens que envelheceu com um passado muito bonito como parte do caminho.
Este ano dois tenentes deram baixa da vida. O Cícero e o Bruno, cada um com seu jeito, farão muita falta aos que continuam por aqui. Cícero e Bruno, atenção, descansar! Os demais, acelerado, marche!
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