Dois exemplos
O trânsito de São Paulo é uma fábrica de loucos, onde se vê de tudo, do mais comportado ao louco ensandecido, que passa feito uma bala, bate no poste, volta para a rua, atinge dois carros, mata quatro pessoas e sai dos destroços pedindo desculpas, porque ele não queria fazer aquilo.
É olhar o olhar bovino do marronzinho postado na entrada da alça de acesso para a Ponte do Limão para não se ter dúvida que ele está ali de férias, pagas pela população, enquanto alguns motoristas fecham a terceira faixa da esquerda da Marginal Tietê, pouco se importando com quem vem atrás ou com o que vai acontecer com o trânsito, porque querem entrar na alça da Ponte do Limão, que está parada.
O marronzinho não esboça qualquer reação, nem multar ele multa. Por isso tenho certeza que ele estava de férias.
Mas os marronzinhos são um capítulo à parte e hoje o tema não são eles. O tema são dois tipos de motorista frequentes nas ruas da cidade.
O primeiro é o que vai devagar, sem pressa, de bem com a vida, convencido que ele está sempre certo e que ele se arrastar pelas ruas e avenidas abaixo de 30 quilômetros por hora é direito seu. Só que aí surge no retrovisor outro carro mais rápido querendo ultrapassá-lo.
Isso jamais! Ele acelera, pisa fundo, não sai da frente, não deixa o apressadinho passar. A rua é dele, quem está certo é ele, então, quem vem atrás que se dane! Ele acelera, não deixa ninguém ultrapassá-lo e volta a andar no ritmo dos cágados.
O segundo é uma variante do primeiro. É o motorista que segue feito uma lesma, não deixa ninguém passar, não acelera, até que vê o semáforo a frente ficar amarelo. Aí vira fera, pisa fundo e, quando o amarelo fica quase vermelho, atravessa, radiante, dono do mundo, deixando os outros parados porque se arrastava até o semáforo mudar de cor…
Voltar à listagem