Verão estranho
Eu não tenho dúvida: é tudo culpa das mudanças climáticas, até porque se trata de uma mudança climática, mas o fato é que eu não entendo e ninguém explica.
Todos falam no aquecimento global e o verão em São Paulo tem tido temperaturas de outono, para não falar em certas noites em que dormimos com cobertor.
Alguma coisa está errada. Ou não. Somos nós, míseros humanos, que nos imaginamos importantes e que, por isso, se alguma coisa não nos agrada, dizemos que está errada.
Não tem nada errado na natureza. Nem mesmo nós e nossa capacidade de mudar o clima pode ser considerado um erro. Não é. Estamos fazendo o que estava escrito que faríamos. É assim que o universo funciona. Ação e reação. Nós agimos, o planeta reagiu. Não há nenhuma ameaça ao planeta. A ameaça diz respeito a nós, ao nosso modo de vida, ao nosso conforto.
A qualidade de vida do ser humano hoje é a melhor de todos os tempos e, no entanto, podemos estar comprometendo isso, interferindo em forças que não conhecemos e muito menos dominamos.
A longevidade atinge graus espantosos. Já nasceram crianças que viverão mais de cem anos.
Antes da segunda guerra mundial, a média do planeta mal chegava aos 40 anos, o que quer dizer que Cristo, ao ser crucificado, era um senhor na terceira idade.
Mas o tema não é esse. O tema é o verão deste ano. O planeta pouco se lixa para a violência no Rio de Janeiro, então não é protesto contra a polícia. Também não é apoio à Coréia do Norte. O friozinho que nos atingiu tem explicação em outro nível, onde as forças cósmicas são balanceadas por pesos e contrapesos indiferentes a nós. É isso que assusta.
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