O demolidor de candidatos
Ninguém discute, Fernando Henrique Cardoso fez um governo fora da curva brasileira. Muito melhor, especialmente o primeiro. O segundo não foi bem assim, mas deu para o gasto.
O ponto complicado do ex-presidente é sua mania de demolir candidatos. A primeira vítima foi Antonio Ermírio de Moraes, grande industrial, grande homem, completamente inocente e desconhecedor da realidade do mundo político. Entrou na campanha para governador de São Paulo em 1986, atraído por Fernando Henrique Cardoso, que, com canto de sereia, convenceu o líder empresarial de que seria a solução para os graves problemas morais que afetavam a vida política brasileira.
De verdade, Fernando Henrique queria dividir o eleitorado de Paulo Maluf, o que fez com competência, para eleger Orestes Quércia governador e a si mesmo senador.
Depois, como presidente, na sua sucessão, ainda com as fichas e o baralho nas mãos, não entrou na campanha de seu ministro José Serra, dando de bandeja a vitória para Lula, que, ao contrário do que FHC esperava, fez um bom governo e massacrou o ex-presidente, derrubando, daí pra frente, sua avaliação em todas as pesquisas de opinião.
Na campanha de Geraldo Alckmin fez que ia, mas nunca foi e assim é, sucessivamente, até os dias de hoje
Ele dá aulas sobre política e entre seus mantras está a necessidade de partidos políticos fortes. Na prática, ele se esquece disso. Ou acredita na tese do faça o que eu digo, não faça o que eu faço.
Sem entrar nos méritos individuais dos nomes em discussão, o pré-candidato do PSDB, partido de Fernando Henrique, é Geraldo Alckmin. Ele lançar Luciano Huck e insistir no seu nome é, no mínimo, traição partidária, ou antiga balda do demolidor de candidatos. Será que é só vaidade?
Voltar à listagem