Ânimos acirrados
Nunca imaginei que três crônicas um pouco mais polêmicas pudessem ter como resposta tanto ódio, insatisfação e desalento. É impressionante como o brasileiro perdeu a fé, a esperança e a perspectiva, ao mesmo tempo que encontrou o ódio como resposta.
Nossa marca é o conformismo diante da certeza de que neste momento não tem jeito. De que serão necessárias algumas décadas antes que a nação reencontre o padrão moral, o compromisso com o justo.
Ninguém, nem a velhinha de Taubaté, acredita que seja possível fazer o que quer que seja com os políticos que temos e menos ainda com o Judiciário que temos.
De outro lado, a radicalização e o ódio da esquerda mostram a enorme frustração com seus líderes e o desencontro entre o discurso e a realidade. Mostra também que, não tendo outro jeito, o jeito é tentar sair no pau, ameaçar, rosnar, latir e usar velhos chavões completamente ultrapassados para tentar manter unidos os que acreditaram que o PT e seus parceiros de esquerda eram a solução.
Não eram, nunca foram e dificilmente serão. Mas o mais duro é que as alternativas também não são. São tão corruptos, incompetentes, ordinários e sem vergonhas quanto o PT e seus líderes.
O que as respostas às crônicas mostram é a completa desilusão com quem deveria guiar os passos da nação, a esquerda e a direita. Além disso, surgiu clara a repulsa a tudo que lembre o universo da política. Tudo que lembre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
O problema é que sem política não há governo e nós temos que ter governo para tentar sair do buraco. Entre tudo de ruim que está aí, o atual governo, pelo menos, está colocando ordem na economia.
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