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Crônicas & Artigos

em 22/12/17

Luiz Gama

A Faculdade de Direito do Largo de São Francisco está reparando um dos grandes erros e enorme injustiça de seus 190 anos de história.

No dia primeiro de dezembro deu o nome de Luiz Gama para uma de suas salas de aula. Foi uma cerimônia singela e honesta, que resgatou a dívida da Faculdade de Direito e de toda a sociedade paulista com um dos maiores nomes da luta pela abolição da escravidão e dignidade do negro.

Poucas pessoas têm na sua biografia alguma coisa comparável à vida de lutas de Luiz Gama, o rábula negro responsável pela liberdade de mais de 500 escravos alforriados pelo seu trabalho incansável contra a ordem estabelecida pelo Império brasileiro, nem sempre com o suporte da população.

Luiz Gama nunca se formou advogado. Dizem alguns grandes conhecedores deste trecho de nossa história que a razão dele não ter se formado é que era negro e a Faculdade não aceitou a sua inscrição como aluno regular.

Seja como for, Luiz Gama, dentro das regras jurídicas da época, atuou como rábula, o conhecedor de direito que, mesmo sem ser advogado, tinha voz nos tribunais e conseguiu a liberdade de mais de 500 escravos.

Sua atuação foi eminentemente em favor da liberdade dos escravos e da redenção do negro como ser humano inserido na sociedade brasileira.

Perseguido, difamado, constantemente ameaçado, Luiz Gama nunca abaixou a cabeça, nem interrompeu sua cruzada.

Com sua coragem pessoal e o apoio de uns poucos abolicionistas, ele travou uma longa e eficiente guerra contra a escravidão no país.

É esta atuação, esta vida pautada pela crença em seus ideais e pela integridade moral que está sendo resgatada e homenageada. Antes tarde do que nunca. Salve o grande abolicionista, o negro Luiz Gama!

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