Água com gelo e água sem gelo
O que era óbvio virou certeza. As companhias áreas, depois de começarem a cobrar a bagagem despachada, aumentaram as passagens na média 35% por cento.
Só bobo imaginou que elas fariam algo diferente, como baixar as passagens, que era o que a ANAC alegava que aconteceria.Não aconteceu, aliás, como os diretores da ANAC sempre souberam que não aconteceria.
O Brasil funciona na base de grupos unidos para o mal. Não haveria razão para as companhias aéreas serem diferentes. Se todo mundo faz, por que nós não faríamos? Fizeram, absolutamente dentro do contexto.
O passageiro? Dane-se o passageiro. Sempre foi tratado pior do que gado a caminho do matadouro, por que deveriam mudar agora? Não, não se mexe em time que está ganhado. Qualquer mudança poderia levar a uma comparação e o que o passageiro veria é que ele sempre pagou caro para ser maltratado.
A grande técnica, ou o truque para fazer mais de cem pessoas ficarem quietas, resignadas em suas poltronas cada vez mais apertadas, no passado, era dar comida. Alimente a manada que fica tudo bem ou, como faziam os imperadores romanos: pão e circo neles.
Agora, nem isso. Ouro dia fui e voltei de algum lugar num voo da Gol. Fiquei fascinado quando a comissária de bordo, simpaticamente, me perguntou se eu queria água com gelo ou água sem gelo. E junto com o copo de plástico me entregou um saquinho de bolachinhas salgadas. Justiça seja feita, tinha a opção de ser doce.
Depois, voltei de Brasília num voo da LATAM. Fiquei pasmo ao ver que o comissário não ofereceria nem um copo de água, tanto faz se com gelo ou sem gelo. Quem quisesse alguma coisa, escolhesse no cardápio e pagasse caro pela escolha. Que saudades dos tempos da VARIG!
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