O Rio de Janeiro acabou

O Rio de Janeiro acabou. Como eu sei? Porque estive lá. Vi, conversei com moradores, andei de um lado para o outro.

É triste, mas o Rio de Janeiro acabou. Destruíram a cidade. A alma da cidade, tudo o que fazia do Rio um dos paraísos do mundo e o carioca, uma pessoa maravilhosa.

A paisagem continua linda. O carioca continua o carioca, mas as pessoas perderam o brilho dos olhos, a vontade de sair de casa, a graça e o orgulho da cidade.

Foi uma queda anunciada. E o eleitor é o grande culpado. O Rio foi destruído pelos políticos que tomaram o Estado e a cidade de assalto, a partir do Senhor Brizola.

O resultado está aí. Os poderosos estão sendo presos, mas o estrago está feito e levará algumas décadas para ser consertado. Não tem como ser diferente.

O crime organizado ganhou a parada e os bandidos, instalados no alto dos morros, protegidos pelas comunidades, mais bem armados e motivados do que a polícia, hoje são os donos do pedaço.

As Forças Armadas podem fazer o que quiserem. Enviar blindados, tropas de elite, cercar as favelas, tanto faz, o resultado é midiático, mas sem qualquer peso no dia a dia da cidade, no cotidiano da violência.

É elas saírem e em pouco tempo volta tudo ao que era antes. O problema não é ocupar áreas e dar tiros. A questão a ser resolvida passa por inteligência, secar as fontes de dinheiro, interceptar o tráfico de drogas e de armas.

Passa pelo Estado criar vergonha na cara e dar aquilo que ele é pago para dar: assistência social, saúde e educação. Se o Estado não se instalar nas comunidades, ocupar na marra não vai resolver nada.