As cerejeiras da Santa Casa
Eu não sei quem inventou que o jardim na frente da Santa Casa de São Paulo é resto de Mata Atlântica. Não é. E não é por uma única razão: foi plantado. Parte da vegetação é grama, outra parte são arbustos ornamentais e as árvores vão de jaqueiras a ipês, sem muito paralelo com o que se vê na mata nativa.
Entre as árvores que se destacam na paisagem curta do jardim cercado pelas ruas internas do quadrilátero da Santa Casa, umas quatro ou cinco, durante boa parte do ano, não chamam a atenção, mas nesta época saem do armário e mostram todo seu potencial, sua criatividade e sua capacidade de gerar beleza, sem se sentirem importantes por isso.
São a prova viva de que o pedaço não tem nada de Mata Atlântica, exceto ser berço de um ipê amarelo deslumbrante, que, quando floresce, mostra como eram as minas de ouro que os bandeirantes arrancavam dos rios, nas catas de Sabarabuçú, Cuiabá e Goiás Velho.
O ipê é imenso, forte, rijo, com tronco grosso e ramagem larga. As árvores de que estou falando e que fazem contraponto a ele são muito menores, mais delicadas, com viés diferente das grandes árvores das matas nativas brasileiras.
Cerejeiras são as árvores símbolo do Japão. Mas elas também gostam do chão da Santa Casa e por isso se enchem de flores e dão show, com as pétalas delicadas cobrindo seus galhos relativamente finos.
Este ano, no mesmo espírito que tomou conta dos colaboradores da Santa Casa, as cerejeiras decidiram se enfeitar ainda mais.
Pelo que dizem, é para marcar os primeiros passos na direção da recuperação da capacidade de atendimento do grande hospital. Passos difíceis, mas que seguem no rumo do sucesso, fruto da soma dos esforços de mais de 8 mil colaboradores, entre eles, as cerejeiras floridas.
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