Cinco tios importantes 1
Ao longo da vida eu tive o privilégio de ter próximos cinco homens que foram importantes na minha formação. Um tio e quatro primos, que, pela história da família e pela proximidade, eu também chamava de tios. Cada um de seu jeito, influenciou minha história, todos de forma positiva.
A ordem deles nas duas crônicas não significa que um foi mais importante do que o outro. Não é por aí, todos foram importantes e, até hoje, dependendo da situação ou do momento, me lembro deles e me pergunto o que estariam achando ou o que fariam se estivessem no meu lugar.
Tio Paulo, irmão mais moço de meu pai, se não tivesse feito mais nada, me ensinou a jogar futebol e reforçou os argumentos para ser são-paulino quando eu era um menino pequeno, o que justifica e torna desnecessária qualquer explicação. Mas ele foi muito além. Até sua morte tivemos um relacionamento muito próximo, com altos e baixos, mas que foi importantíssimo para mim. Inclusive quando fiz toda sorte de bobagens profissionais e quase quebrei, ele me levou, em 1987, para a Federação do Comércio do Estado de São Paulo, onde descobri outro mundo muito mais amplo e de uma riqueza inesperada, que me ajudou a dar a volta por cima.
Tio Lili, quando eu era criança, evoluiu para tio Júlio na adolescência. Discreto, ou melhor, tímido, foi dos homens mais corajosos que eu conheci. Quem conhece a verdadeira história do Brasil nos anos da ditatura sabe disso e da sua importância para a redemocratização do país.
Ele gostava de mim e conversávamos regularmente sobre tudo. Quando meu pai, aos 50 anos, passou por uma cirurgia em que poderia morrer, me chamou e disse: Se eu morrer, procure o Lili, ele é quem pode te ajudar, confie nele. Meu pai não morreu e eu continuei confiando e conversando com esse tio muito especial. Tem dias que eu sinto falta da amizade e do carinho de tio Paulo e de tio Júlio… ou será Lili?
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