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Crônicas & Artigos

em 08/08/17

Gripe é muito chato

Pouca coisa é mais chata do que uma gripe. Doença sem maiores consequências, tem a capacidade de fazer a vítima se sentir mal como se estivesse na beira da morte.

É impressionante, mas não tem gripe simpática. Toda gripe é infernalmente chata e nos deixa chatos, sem motivação, sem vontade, de mau humor, prontos para explodir se alguém disser que o Corinthians é um time sério ou outra coisa no gênero.

Não tem o que fazer. A gripe chega como quem não quer nada. Até percebemos o momento exato em que nos toma de assalto, mas não tem como evitar, ela chega, entra e toma conta do corpo, no nariz entupido, na tosse, na dor das juntas.

Gripe que é gripe não pede licença, entra de sola. E o paciente sofre alguns dias, até que, mais ou menos da mesma forma que veio, vai embora.

O ciclo tem que se cumprir. Remédio é mais para segurar os efeitos do que para combater a malvada. Nem mesmo antibióticos funcionam com 100% de certeza. Até porque a gripe é virótica e antibiótico combate bactérias.

Nos dias que estamos gripados não tem santo, nem milagre que nos faça sentir bem. Não nos sentimos. Não tem como. O nariz entupido irrita, a tosse irrita, a falta de posição irrita, a falta de concentração irrita, música alta irrita, música baixa irrita, falarem com a gente irrita, não falarem também irrita, enfim, a vida se torna profundamente irritante.

O resto é bobagem. Termômetro para mediar temperatura, chá disso, chá daquilo, vitamina C e cama, tudo faz parte de um ritual que engana, mas não cura a gripe. A gripe só vai embora quando ela quer. Até podemos ajudar na partida, mas só voltamos a nos sentir bem quando ela parte e aí, em pouco tempo, esquecemos.

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