Avenida Angélica 40 e 50
Eu gostaria de entender apenas uma pequena parte da enorme metafísica envolvida no caso: quais os princípios axiológicos; as equações de física quântica; os conceitos de nanotecnologia e construção naval; o mistério que explica por que alguns cachorros têm pulgas e outros não. Enfim, a verdade. A verdade revelada pelos anjas e demônias, ampla, geral e irrestrita, que levou a CET, ouvindo a voz do além, a criar velocidades discrepantes para uma e única rua, com traçado igual, trânsito igual e buracos semelhantes ao longo do percurso.
Gostaria que um cantor de moda de viola me trouxesse as rimas que explicariam porque a Avenida Angélica, próxima da tolice que homenageia um dos mais insignificantes políticos da história do Brasil, tem velocidade de 40 quilômetros por hora e, próxima de um dos menores parques do mundo, tem velocidade de 50 quilômetros por hora.
É verdade que João Goulart nunca teve dignidade. E a antiga Praça Buenos Aires, apesar de tentar manter a dignidade, foi desrespeitada por uma prefeita então casada com cidadão dito argentino.
Quem sabe as velocidades diferentes signifiquem mensagens cifradas, enaltecendo as duas verdades. De um lado, um cidadão mais do que medíocre, que nunca fez nada de bom para a pátria, a não ser fugir do país, e, de outro, uma praça, elevada a parque contra a vontade, por forças muito além da sua compreensão e tamanho.
Diz o ditado que neste mundo chora menos quem pode mais. Com certeza Jango nunca se imaginou elevado em São Paulo. Até porque tinha um mínimo de noção de ridículo. O ridículo e a piada representados pela tolice de se mudar o nome do Minhocão.
Mas, voltando às velocidades,por que 40 e por que 50 quilômetros por hora em dois trechos da mesma rua? Só podia ser herança da velha CET.
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